wonderbóia e os heróis intergaláticos.

Thursday, May 31, 2007

 

i pray everyday and it's all okay.

em doismilecinco eu dizia que doismilequatro tinha sido um ano terrível, mas que agora, oh, agora tudo estava bem.
em doismileseis eu dizia que doismilecinco tinha sido um ano terrível, oh, meu cisne fugidio, mas que agora tudo estava bem.
em doismilesete eu digo que todos os anos da minha vida foram terríveis mas que agora eu entendo o porquê, e, portanto, posso mudar meus infelizes padrões de pensamento e tudo está bem.


certo.
então ou tudo aquilo nunca foi tão ruim assim e eu simplesmente adoro um drama, ou estou me enganando há séculos, o que é bem mais provável.

que ótimo.

Wednesday, May 30, 2007

 
eles esqueceram-se do que disseram e de toda aquela bobagem sobre o menino assassinado a marteladas pela sua própria princesa de contos de fada, e agora já é tarde, muito tarde, tarde demais.

uma desgraça, meu amor.

Monday, May 28, 2007

 

down is the new up.

eu só queria assim: pegar um trem para o meio do nada e puxar todos os fios do que já aconteceu; erguer castelos de papel e dissecar odonatos; desentupir artérias e tocar o saxofone de charles; natalie balançaria seus corações e costuraria todos os furos que não deveriam ser; por fim, estourar minha cabeça contra uma parede virginalmente branca, mas impura, e reconstruí-la com band-aids e deformações crônicas e nunca mais pensar em nada.

 

this used to be the future.

a última vez que as flores do vizinho cuspiram perfumes tão doces no meu rosto foi há muito tempo, quase um século, e depois, nunca mais. o verão acelerava o processo de putrefação de cadáveres que jamais secariam por inteiro, e eu me escondia atrás de paredes de mentiras e conseguia sobreviver mais ou menos bem, com a minha culpa. e então tudo se foi. nos paralelepípedos, os realejos choravam e os flamingos exibiam-se sob o neon e houveram os dias lindos e os não tão lindos e -- agora, recentemente -- os pesadelos voltaram.

as flores também, e mal consigo respirar -- quando as velas do bolo do que poderia ter sido são a única luz no fim do túnel que eu nunca vou atravessar.

Monday, May 21, 2007

 
ah, é assim?
então tá. ótimo.

Saturday, May 19, 2007

 

com a palavra, nossa amiga amiga purpurinada: rafael. <3

INVASÃO
tipo gente tô aqui pra dizer o quanto a carol é uma menina fodah!adoro!ai calma calma...respira...tipo ela é tudo que uma pessoa pode querer;uma amiga,descolada,antenada assim sabe,o estilo dela é assim,exótica no mínimo,assim as cores dela mostram a beleza da vida...quando eu tô triste ela me fala assim;olha o sol meu,olha esse dia,olha as pessoas maravilhosas ao seu redor,olha o céu,tipo,que mais você pode querer?daí eu choro no ombro dela e tudo melhora...e assim,meu,ela conheçe os melhores filmes e os melhores diretores,ela é tipo bemmmmmm alternativa,DEMAIS DA CONTA!sabe,não é que nem essas meninas ao nosso redor,tipo,ela gosta das mesmas músicas que eu!!!!isso é muito o destino meu!aiai até me exaltei,mas sabe,é que essa menina fodah é uma querida né!
bjs da sua amigona fodah que nem você amiga!ééé´nóisssssssssssssssss amiga!arrasa-mos!!!

Wednesday, May 16, 2007

 

monomania.

andróides bicéfalos com menu ortodôntico de funções.

 

pearly.

eu não ligo para o incisivo lateral quebrado.
hoje tudo está um pouco mais fácil.

i'm feeling better evey day,
i'm only waiting if you stay.


os girassóis continuam em cápsulas.

ninguém mais voa tão alto,
ninguém mais cai do telhado
ou perde altitude bruscamente.
eu, muito menos:

eu piso em letras suspensas sobre abismos pálidos
e nunca mais vou tocar o chão.

Sunday, May 13, 2007

 

i'm not one of your little toys.

chega, néam.



mas
sair correndo é fácil demais
e nunca foi do meu feitio.

pensemos primeiramente em seus lindos incisivos, caninos, pré-molares e molares, alinhados como as teclas de uma piano, mas sem os bemóis e sustenidos -- e, só então, no perigo que eles representam. sweetest tongue has sharpest tooth, sim, mas não adianta. eu nunca soube evitar desastres.
ainda bem.

Saturday, May 12, 2007

 

they're not forgiving you, and you're not even wrong.

Sunny, my heart goes out to you. tudo continua do mesmo jeito, mas as semanas se arrastam e eu não tenho mais forças para plantar seus girassóis. eles murcharam todos, ecoando úmidos adeuses por falta de um ofuscante maestro.
o jardim dos fundos agora não passa de um patético mausoléu vegetal.
e as colheres nas gavetas não páram de gritar, suas vozes misturando-se em inaudíveis dores.
e as tesouras me oferecem paraísos que você nunca compreenderia.
a mobília treme, os espelhos estouram em reflexiva pirotecnia, as janelas não mostram mais nada além do vidro.

eu exponho meus próprios ossos, bebo litros de água e faço barcos de papel que naufragam antes que você possa vê-los. as lâmpadas brotam como nunca, mas não iluminam nada: já nascem defeituosas, as pobres.

but i'm sticking with you.

Friday, May 11, 2007

 

i'm sorry if i tried to push you away.

"get into the groove, boy, you've got to prove your love to me" --
estava tocando no rádio enquanto dirigíamos para o sul para ver nossas famílias -- você estava deitado no banco do passageiro, e parecia adormecido. eu me lembro de um tempo quando as tardes cintilavam e inchavam-se de puro amor, e todas as ruas e suas luzes eram grandes mistérios. a vida era tão perfeita a ponto de farfalhar como fogo, como quando sentamos na traseira de nossos carros e rimos manhã adentro.

eu achei que você apenas passaria por mim;
nunca pensei que você fosse ficar. e desculpe se eu tentei afastá-lo de mim.

mas as bordas de repente dobram-se e você descobre que está enterrado sob um lençol glacial que você nem ao menos havia percebido que caía; agora você se senta no sofá da sua casa, tremendo de frio. nada está claro, todos os seus pensamentos parecem se esconder, com um ponto de interrogação sempre alfinetado no fim de cada frase terrível -- todas as aquelas doces palavras simples que amávamos dizer se tornaram inaudíveis. eu nunca pensei que isso aconteceria conosco.
agora eu sinto o mundo se desfazendo, e preciso de você comigo, com seu frágil coração -- então não vá embora, não corra para longe, não tenha medo da violenta tempestade que se aproxima.

apenas deixe que chova.


{let it rain. tilly & the wall}

Wednesday, May 09, 2007

 

ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE??

pois é, meu amigo.
esquizofrenia paranóide,
um osso torto,
dentes sensíveis,
torta na geladeira.


e nunca mais vai ser como em petrogrado naquele dia. a pequena natália e o velho leon, as cerejas, a ferroada. além disso, choveu o dia todo.

(até as margaridas se enclinavam na sua direção.)

Monday, May 07, 2007

 

artichoke broken-heart.

extração de glândulas lacrimais violentíssima como chacina ortodôntica -- mas não é bastante para Olivia Lefou. agora, ela quer aprender soprar notas de uma flauta, estilingar estrelas com pedras, fazer livros das letras da sopa de ontem.

as girafas explodem as cabeças de puro frêmito fantasioso, espalhando doces por toda a casa.
não nos importamos com a bagunça.

o sol está tão quente que preferimos arrancar a pele dos braços e dançar hop-hop-hop, tush-tush-tush, flat-flat-flat pelos corredores e não fazer mais lições. don't think you're alone, pequena Olivia Lefou, a boca e os olhos escancarados em êxtase da hemorragia extrativa. todos precisamos levar a torta à geladeira, de vez em quando.
quase todo dia, quer dizer, mas apenas quando os dias se tornam pesados, regurgitados por senhores de gengibre que ignoram a maravilha tecnológica da indústria telefônica. mas todos os pecados, agulhadas, tapas, chutes serão perdoados, no fim dos tempos, quando os anjos de gesso miraculosamente sustentados por asas de papel virão para nos fritar.

amém.

Sunday, May 06, 2007

 

oh, they clipped my wings, so i must learn to walk today.

era uma vez Twiggy, que tinha aquelas imensas asas incardiacáveis, mas, num belo dia pensou que talvez o céu fosse mais doce em suas membranas violáceas do que qualquer par de braços abertos. então subiu no telhado e depois nas nuvens.

mas o céu não estava para vôo e logo a hélice de um helicóptero decepou-lhe as asas e a queda livre, o vento no rosto e o azul segurando-a como e a amasse -- aquilo foi o mais perto que ela jamais chegara da felicidade plena.

 

i'm never there, too, just like you.

era uma vez Olivia Lefou, que se levantou e decidiu voltar para a cama, com milhares de letras, fumaça e algumas centelhas purpurinas farfalhando no encéfalo.
e foi levemente mais feliz assim, ou apenas menos triste, debaixo do bulbo brilhante da lâmpada que agora lhe servia de deus.
e ela dizia, OH, e dizia, UH, e deixou sua alma sob o travesseiro junto com um punhado de reluzentes dentes e moedas, e toda vez que saía de casa e alguém lhe dirigia a palavra logo desistia porque ela não estava mais ali, nunca mais.

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