wonderbóia e os heróis intergaláticos.

Monday, April 30, 2007

 

nina simone says it best:

do what you gotta do, my wild sweet love,
though it may mean that i'll never kiss those sweet lips again
pay that no mind
find that dappled dream of yours.
come on back, see me when you can.

Sunday, April 29, 2007

 

como desaparecer para sempre.

i am tired of sitting pretty, staying silent
of not being a bother, an imposition
tired of crying
tired of losing, of growing up.

when did i become this shadow, this dim-eyed, quiet girl?
I AM NOT QUIET NOR DO I EVER WANT TO BE.
so why do i tip-toe here?
why do i apologize for everything?

i would do anything and everything to keep you
so why do i feel like you’re already lost?
why do i feel like there's nothing here to lose?
did i change?
did you?

when did i get so tired?
did you stop singing me to sleep?

Saturday, April 28, 2007

 
eu estou começando a pegar raiva daquela velha gorda mamãe-galinha, aconchegante, morna, burra e triste como tal. ela não é nada pontual.
vou colocar uma traça no sorvete dela.

 

plim

então hoje eu acordei com a disposição de uma múmia apenas para descobrir que meu querido, amado, róseo-e-gris cérebro está com mau-contato. assim: now and then, passo alguns minutos flutuando em uma espécie de inconsciência que só os objetos conhecem, colheres, cadeiras e abóboras de halloween, e então volto à realidade trazendo do limbo frases soltas como "desculpe-me, senhora, salve-me de mim mesmo".

pois sim.
ainda bem que sou uma bioluminescente larva de vagalume e não sairei de casa pelos próximos quatro dias. até lá, espera-se, terei concertado o encéfalo assim, plim. e dançarei ao sol.

Tuesday, April 24, 2007

 

will you keep your fancy clothes on, for me?

o fantasma de malinowski entediado na janela e eu sob a mesa, me convencendo de que está tudo bem, tudo bem, tudo bem, e cantando sem ritmo joanna newson só porque a música fala sobre um casamento lindo, so, my bride, here is my hand, where is your paw?, e no final o vestido de noiva jaz rasgado sobre o musgo e as plantas rasteiras, mas não faz mal, nada disso faz mal, está tudo bem, tudo bem, tudo indo muito bem.

(uma vez foi dito que o pensamento positivo, quando o cérebro é insistente e teimoso, cristaliza-se sobre sua cabeça e se torna um bloco de realidade mais cedo ou mais tarde.)


oh, darling.
come on, will you dance, my darling?

you keep your eyes fixed on the highest hill
where you'll ever-after eat you fill.

oh, my darling, dear, mine --
if you dance --
dance, darling, and i love you still.

Monday, April 23, 2007

 

but i see you and you see me, and ain't that wonder?

querida wonderbóia, life's just begun.

pequenos homens de marshmallow constroem novos lares à minha janela, sendo continuamente perseguidos por pássaros famintos e formigas glutonas que não poupam modos à mesa para devorá-los. o cisne disse: você não deveria julgar as pessoas pelo tamanho de seus melões -- afinal, talvez ela gostasse de seus melões bem brotados, sim senhor --, mas, apesar do fato de ele ter sido feito a régua e compasso, perfeito como uma estátua grega, estou indo embora. então seu sonoro bico fez-se afiado e o libertou de suas costuras, e ele alçou vôo para nunca mais voltar.
mas hoje eram seis e vinte da manhã e o cisne acordou cantando. resolvera voltar, e parecia ainda mais saudável, as penas veladas agitando-se ao vento como se vivas e autônomas.
passei o dia sorrindo para monsieur duchamp (e ele soube de imediato), acendi um cigarro, no regrets, no regrets.

Thursday, April 19, 2007

 

teadoro, teodora

mas é que toda vez que vejo você volteando voluptuosas cabírias que elas não são, meu cérebro primaverte fantasmas de papel e lâmpadas ocultaculares e eu choro como uma boba, convulsivamente, atropelando palavras, atrelando sílabas umas às outras, denovonão denovonão. é inevitável. jovem rapaz, nemequitepá. porque jenetequitarei jamais.
dito isso, voltaremos à nossa programação normal após o pisca-pisca da luz.

Monday, April 16, 2007

 

querido arturo bandini

acredite, você correria uma milha, se eu começasse a desabafar.

Sunday, April 15, 2007

 

nevermind, things can only improve.

chega. chega de pálidos pássaros chorando-se como velas fúnebres sobre mim, sobre os móveis, o universo e além.

há cerca de 130 anos que eu estou fazendo manha. molhada, resfriada, reumatizada por uma tradição de lágrimas, decidi. operação cirúrgica. extirpação das glândulas lacrimais.

já dizia o oswald.

Friday, April 13, 2007

 

like everybody else does.

então você vê bem como as coisas são.
eu pensei que você --
porque, de certa forma, eu pensava que eu também -- mas não.
"é tudo a mesma coisa."
já dizia o ezra pound, quando sentou na minha cama e me pediu meio quilo de carne, e depois cantou ao sol, como um canário, aquelas notas de sempre, de todos os dias tristes.
eu juro que pensei -- mas não.
ou é um fenômeno em escala global ou -- enfim.
que sem-graça.
é só isso? sete bilhões de pessoas arrastando-se pelo planeta e nenhuma alma criativa?
que chatice.
é tudo a mesma coisa. grande pound.
então tá, né. se é assim, é assim, sem querer parecer conformista nem nada.
vou lá desbravar o cubismo, o futurismo, o dadaísmo e a economia.
ciao.

Tuesday, April 10, 2007

 

the more i try, the worse it gets

como a pequena charlie, quero morrer atropelada por um carrossel: os cavalos decapitados como peças de açougue subindo e descendo em infinitos círculos circenses e meu crânio esguichando sangue como uma fonte ornamental.

Sunday, April 08, 2007

 

i'd give you everything i got for a little peace of mind

é domingo de páscoa, o céu desembrulha-se em gotas, amy winehouse inclina-se sobre pianos e sua garganta de ouro tremelica (como as asas que twiggy um dia teve), e não há ninguém aqui. todos alçaram vôo para a terra dos ovos de páscoa e dos almoços em família, mas tive que ficar por motivo de força maior.
até porque tive mais um daqueles sonhos-pesadelo, e nós roubamos muitos milhões dos mafiosos para fugir para uma ilha deserta e mágica mas nem fugimos, era dinheiro demais, e você brigou comigo entre as pêras, nem lembro o motivo, mas me doeu tanto, e eu não soube o que fazer e corri corri corri para dentro da sala de anatomia.
garotos mortos não gritam. garotos mortos apenas existem como estátuas, e sorriem para os aflitos como santos.mas tudo bem porque i get along without you very well, of course i do.exceto quando chove. e -- oh! que coincidência. mas.
enfim.

Thursday, April 05, 2007

 

yesterday was dramatic, today is ok.

onze horas: silêncio, apenas, e planos que premeditavelmente vão dar errado.

ontem, porém, eu e charlie tomávamos vinho como vampiros e suspirávamos flores aquareláveis. dizíamos, oh céus, e morríamos a cada minuto pensando na nossa fuga irremediável e permanente para alguma cidadela interiorana cheia de fantasmas e de gente dizendo adeus. reinventaríamos o reino de Lalalândia entre xícaras de plástico e olhos velados para o mundo, que é um moinho. nice dream.

agora, senhoras e senhores, estou aqui. imensos dragões de papel passam pela janela, mostrando-me os dentes e segurando talheres para me ter como jantar. as luzinhas que me servem de abajur criam lindas bocas de diva e cantam melodias entrelaçadas que se anulam como em um pandemônio.
e as galinhas lunares desistem, uma após a outra.

ai ai.

 

please, stop crying, i can't stand your teardrops

olivia pisava em nuvens e esperava sempre pelas garras que brotariam do frágil solo, as mãos céticas e malformadas de bebês mortos que ela sabia estar á espreita.
olivia passava dias inteiros chorando e esperando e quase desejando a queda. gaguejava sempre que pensava na dura aterrisagem, o vento contra os olhos fechados e então -- dor nenhuma, som nenhum, apenas a falta de consciência: o testamento, as flores brancas, as mãos uma sobre a outra e olivia engolida pela terra, como uma feliz semente de girassol.
(mas não tão bucólico assim).
as mãos nunca apareciam e olivia chorava e chorava
pela falta de um pára-quedas.

(afinal, é tão fácil cometer um erro, entre películas de 16mm e todas as vezes que ele tentara explicar que ela era um anjo.)

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